Meio biológico

diagnóstico de diversidade

Nos nos dedicamos a preservar, educar e aproximar as pessoas do meio natural.

De acordo com França & Stehmann (2004) essas relíquias naturais foram fragmentadas e encontram-se em diferentes estágios de regeneração e essa exploração foi realizada nas últimas décadas. Os autores ainda mencionam que grandes remanescentes estão sob Unidade de Conservação da APA (Área de Proteção Ambiental) Fernão Dias, justamente pela relevância hidrológica da localidade, onde encontram-se as nascentes dos rios Capivari, Sapucaí-Mirim, Jaguari e Camanducaia, que abastecem diversas cidades do Sul de Minas Gerais e região metropolitana de São Paulo.


Como a intenção do proprietário é manter o fragmento florestal, valorizar as riquezas biológicas e se possível enriquecer a área com espécies nativas, além de toda particularidade já descrita para a região da APA Fernão Dias, reconhecer as espécies do local é de extrema relevância para proteger a biodiversidade e a manutenção dos recursos hídricos.


Assim, este estudo servirá como embasamento científico com dados a serem trabalhados em programas de educação ambiental aliados ao ecoturismo da região, promovendo dessa forma, a dispersão de conhecimento para a preservação e conservação da biodiversidade da Serra da Mantiqueira.

Levantamento
de fauna e flora

Este trabalho seguiu metodologia amostral baseada na Avaliação Ecológica Rápida (AER) e o estudo está em desenvolvimento desde 21 de fevereiro de 2022. Todo o trajeto e pontos de interesse foram georreferenciados com auxílio de dois aparelhos Global Positioning System (GPS) um Garmin E-Trex Vista HCX e outro também da marca Garmin modelo GPSmap 78s. A margem de precisão pode chegar a 5 metros. A importação dos arquivos foi realizada através do programa TrackMaker, salvos em extensão gtm e kml, pois os dados foram trabalhados tanto no programa de importação quanto no Google Earth.


Os levantamentos de fauna e flora da propriedade foram feitos em trilhas existentes já demarcadas e onde verificou-se caminhos com sinais de passagem de animais. Os pontos de interesse foram levantados ao longo da trilha, seguindo os seguintes quesitos:

- Trilhas existentes;
- Diâmetro e porte de espécimes vegetais e importância na recomposição;
- Rastros e sinais de atividade da fauna.

Dessa forma foram dispostas em três pontos distintos câmera trap com base nos registros de sinais recentes da atividade da fauna, levantamento e marcação de indivíduos arbóreos e registro de avifauna ao longo de todos os percursos percorridos, sendo os registros mais importantes marcados com waypoints, datação e listagem de forma codificada e tabelada dos indivíduos arbóreo.

A identificação botânica e da avifauna é realizada diretamente em campo com auxílio de profissionais capacitadas em taxonomia vegetal e ornitológica. Até o momento (16 de junho de 2022) foram realizadas seis visitas, uma delas o foco central foi a marcação de espécies de árvores recomendadas para reflorestamento.

O intuito é indicar ao proprietário as espécies que são atrativas para aves e abelhas e que merecem atenção especial e estão no entorno da área consolidada.

Plaqueamento.

Plaqueamento das árvores de interesse ecológico que precisam ser preservadas.

O levantamento da fauna foi realizado com busca ativa por cinco dias, com esforço amostral de oito horas de dedicação cada, totalizando 40 horas de levantamento direto da fauna. Para elevar a probabilidade de registros, uma câmera trap (modelo Suntek Hc-801A com sensor de movimento, foto e filmagem em HD e infravermelho) é utilizada em pontos específicos na trilha.


Os registros da fauna são realizados somente com observação direta ou indireta (rastros, dejetos e pegadas). Os arquivos de coleta são representados por fotografias, áudios e vídeos. Os registros de rastros, pegadas e rejeitos são analisados conforme parâmetros do Guia de Campo da FIOCRUZ, Guia de identificação de pegadas da USP e o guia de campo Rastros de Mamíferos Silvestres Brasileiros. A lista total de mastofauna, herpetofauna e entomofauna será publicada em sites de registro de dados Táxeus e Biofaces, a fim de contribuir com a ciência cidadã e registro de animais da região.


Concomitante ao levantamento da fauna, houve o cuidado em georreferenciar árvores “gigantes” que estão no fragmento. Para essas espécies anotou-se a circunferência à altura do peito (CAP) com auxílio de fita métrica. Os dados de CAP foram transformados em DAP (diâmetro à altura do peito) para seguir os critérios de avaliação da metodologia. A altura dessas árvores foi estimada, sempre pela mesma pessoa, para evitar variações no erro amostral. Equipamentos como binóculo e câmeras fotográficas foram utilizados para auxiliar a observação de caracteres morfológicos para diagnose do exemplar observado diretamente em campo.


O nome científico das espécies vegetais foram anotados em caderneta. A confirmação da nomenclatura, os dados de endemismo e grau de ameaça foram consultados através do acervo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Flora e Funga do Brasil, 2022). Com intuito de incrementar os dados para avaliação da fase sucessional do fragmento, verificou-se a estratificação vegetal, a densidade do subosque e presença de espécies indicadoras. A amostragem da Classe Aves é realizada com uso do aplicativo eBird. As fotografias da avifauna foram realizadas com duas câmeras Canon e lentes 55-250mm.

Introdução

Levantamentos da biodiversidade são realizados para conhecer as espécies em determinada localidade, justamente para propor ações voltadas à conservação das espécies, que é o caso deste estudo.


O proprietário Fernando Pinheiro Boccia solicitou estudo do meio biológico à empresa Didelphis Consultoria Ambiental com intuito de futuramente promover ações relacionadas à Educação Ambiental na área florestal da propriedade Clareira Cabanas, localizada no município de Gonçalves - MG.


A região sul do estado, segundo (Azevedo, 1962 e Veloso et. al, 1991) era constituída por extensas formações florestais compostas por Floresta Estacional Semidecidual (FES), Floresta Ombrófila Densa (FOD) e Floresta Ombrófila Mista (FOM), além de formações campestres, representadas pelos refúgios naturais de Campos de Altitude e por Cerrado.

Registros incríveis

Instalação de câmera trap

Registros incríveis

Instalação de câmera trap

As vocalizações das aves são gravadas com auxílio de equipamento celular, para cantos complexos onde houve necessidade de calibração das variáveis amplitude e frequência utilizou-se o aplicativo BirdNET.


Os registros fotográficos e acústicos relacionados ao levantamento da avifauna são inseridos na plataforma internacional eBird e fazem parte do acervo mundial do The Cornell Lab Ornithology.

Todavia, a lista da Classe Aves deste documento segue as normas publicadas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO), assim, como há divergência no âmbito nacional e mundial entre os Comitês de Ornitologia com relação à nomenclatura científica, algumas espécies apresentam nomes científicos diferentes nas listas produzidas (documento e acervo digital).


A lista da herpetofauna segue as normas publicadas pela Sociedade Brasileira de Herpetologia. Já a mastofauna segue as normas e nomenclatura publicadas pela Sociedade Brasileira de Mastozoologia (SBMz).

Pontos de
interesse biológico

Pontos de interesse biológico

Mapa da área amostral, indicando o traçado da trilha com os pontos de interesse ecológico. Imagem obtida através do Google Earth com escala de 1:249m.

Na imagem acima é possível verificar o traçado da trilha que poderá ser utilizada com foco em turismo ecológico e educação ambiental. Até o momento, foram encontradas três áreas (azul) que apresentam particularidades ecológicas de elevado interesse ecológico e sete pontos (verde e rosa) importantes para o monitoramento da fauna, sendo que três deles (ponto rosa) já estão sendo monitorados com auxílio de câmera trap.


Na propriedade adjacente há um ecossistema brejoso (área úmida) indicado na imagem abaixo, conflitante com a parte mais baixa do terreno Clareira.


Tal habitat tem importante papel na manutenção das comunidades de anfíbios, répteis e aves, dando subsídio às espécies migratórias e herpetofauna, ressaltando-se que nessas áreas a taxa de endemismo de anfíbios é relativamente alta, portanto é necessário estudos e esforços conjuntos com os vizinhos para ações de conservação da biodiversidade desse tipo de habitat.

Delimitação do ponto de interesse ecológico da área úmida que encontra-se no entorno da propriedade Clareira da Vila. Imagem obtida através do Google Earth com escala de 1:100m.

O declínio das populações desses animais dar-se-á principalmente a perda de habitat devido ações antrópicas, e espécies endêmicas são as primeiras a sentir a pressão da ocupação desenfreada. (YOUNG et al, 2004). O local de área úmida mostrou-se com uma vegetação consolidada, de pequeno porte e importante via de passagem de animais, sendo um refúgio para populações de anfíbios que reproduzem-se na época de estiagem e com poças temporárias.

O registro de indivíduo da espécie Dendropsophus microps (espécie ameaçada por perda de habitat segundo Reptile Database) mostra a importância desse tipo de vegetação e ecossistema, uma vez que essa espécie reproduz somente em áreas com poças temporárias e é considerada espécie bioindicadora. Entende-se por áreas úmidas ecossistemas na interface entre ambientes terrestres e aquáticos, continentais ou costeiros, naturais ou artificiais, permanente ou periodicamente inundados ou com solos encharcados.


As águas podem ser doces, salobras ou salgadas, com comunidades de plantas e animais adaptados à sua dinâmica hídrica (Recomendação CNZU no 7, de 11 de junho de 2015).

Flor de pindaíba-preta
(Guatteria australis A.St.-Hil.)

Flor de pindaíba-preta
(Guatteria australis A.St.-Hil.)

O município de Gonçalves, resguarda somente 11,98% do Bioma Mata Atlântica original, segundo dados do INPE e SOS Mata Atlântica levantados entre os anos 2000 e 2021. Assim, apoiar ações que visam promover a conservação do bioma é imprescindível. A área de estudo resguarda importante fragmento da Floresta Ombrófila Mista, tipo de vegetação que já ocupou cerca de 20 milhões de hectares no Brasil.


As estimativas em 1983 afirmavam que restava apenas 3% de sua área original (Ivanauskas & Assis, 2012) sendo que este percentual pode ser muito menor, devido a falta de política voltada à conservação dessa fitofisionomia.


Os ambientes associados são do tipo altomontano, aluvial e de encosta, estes últimos frágeis por características físicas próprias. Normalmente o período chuvoso contribui com aporte de água que movimenta a terra e modifica naturalmente as áreas de agradação e degradação dos leitos dos riachos serranos.

O que reflete diretamente na vegetação aluvial, com subosque ralo (profundidade de campo com 30 metros) e espécies típicas dessa formação, como urucurana (Croton urucurana) e murta-vermelha (Allophylus edulis). O dossel florestal supera os 20 metros de altura em diversos pontos e acima dos 1.500m de altitude o subosque revela importante associação ecológica entre representantes da subfamília Bambusoideae (Poaceae), possivelmente gênero Chusquea sp. com avifauna restrita a estes ambientes como choquinha-de-asa-ferrugem (Dysithamnus xanthopterus) e choquinha-da-serra 10

(Drymophila genei) espécies endêmicas do Brasil.


Nessa área o subosque é denso, isto é, a profundidade raramente supera 5 metros de visão. A diversidade florística é elevada, com apenas um levantamento simples já foram reconhecidas 37 espécies vegetais (Lista 1), entre elas sete espécies são endêmicas e três estão ameaçadas de extinção, o pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera) e o cedro-rosa (Cedrela fissilis). Somente uma espécie é exótica e tem potencial invasor. Ela está fora do fragmento florestal, trata-se da samambaia-das-taperas (Pteridium aquilinum), planta presente somente na área aberta consolidada.

O que reflete diretamente na vegetação aluvial, com subosque ralo (profundidade de campo com 30 metros) e espécies típicas dessa formação, como urucurana (Croton urucurana) e murta-vermelha (Allophylus edulis). O dossel florestal supera os 20 metros de altura em diversos pontos e acima dos 1.500m de altitude o subosque revela importante associação ecológica entre representantes da subfamília Bambusoideae (Poaceae), possivelmente gênero Chusquea sp. com avifauna restrita a estes ambientes como choquinha-de-asa-ferrugem (Dysithamnus xanthopterus) e choquinha-da-serra 10

(Drymophila genei) espécies endêmicas do Brasil.


Nessa área o subosque é denso, isto é, a profundidade raramente supera 5 metros de visão. A diversidade florística é elevada, com apenas um levantamento simples já foram reconhecidas 37 espécies vegetais (Lista 1), entre elas sete espécies são endêmicas e três estão ameaçadas de extinção, o pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera) e o cedro-rosa (Cedrela fissilis). Somente uma espécie é exótica e tem potencial invasor. Ela está fora do fragmento florestal, trata-se da samambaia-das-taperas (Pteridium aquilinum), planta presente somente na área aberta consolidada.


Algo intrigante foi observado durante as amostragens noturnas. Uma espécie arbustiva da família Fabaceae “fecha” os folíolos durante a noite, possivelmente pela diferença da temperatura, trata-se de espécie diferente da famosa dormideira (Mimosa pudica L.) pois esta é uma erva, já a planta encontrada na Clareira apresenta hábito arbustivo podendo alcançar 2 metros de altura.

A identificação sem flores ou frutos da família requer coleta e visitas aos herbários, o que não foi possível para este estudo. Foram georreferenciados oito espécimes de árvores com DAP entre 20 a 70 cm, o que caracteriza estes exemplares como árvores grandes. Há muitos indivíduos pelo fragmento, todavia, não houve esforço amostral de fitossociologia para o estudo.

Já que o objetivo é simples e direto, voltado a indicação de espécies com potencial para atrair a avifauna e que sejam interessantes para reflorestamento. Outro fator relevante é que seguimos uma pequena trilha demarcada pelo proprietário, para minimizar possíveis impactos ambientais, assim não foram realizadas investidas em outras direções, somente quando reconhecidas as passagens de fauna.

O que reflete diretamente na vegetação aluvial, com subosque ralo (profundidade de campo com 30 metros) e espécies típicas dessa formação, como urucurana (Croton urucurana) e murta-vermelha (Allophylus edulis). O dossel florestal supera os 20 metros de altura em diversos pontos e acima dos 1.500m de altitude o subosque revela importante associação ecológica entre representantes da subfamília Bambusoideae (Poaceae), possivelmente gênero Chusquea sp. com avifauna restrita a estes ambientes como choquinha-de-asa-ferrugem (Dysithamnus xanthopterus) e choquinha-da-serra 10

(Drymophila genei) espécies endêmicas do Brasil.


Nessa área o subosque é denso, isto é, a profundidade raramente supera 5 metros de visão. A diversidade florística é elevada, com apenas um levantamento simples já foram reconhecidas 37 espécies vegetais (Lista 1), entre elas sete espécies são endêmicas e três estão ameaçadas de extinção, o pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera) e o cedro-rosa (Cedrela fissilis). Somente uma espécie é exótica e tem potencial invasor. Ela está fora do fragmento florestal, trata-se da samambaia-das-taperas (Pteridium aquilinum), planta presente somente na área aberta consolidada.


Algo intrigante foi observado durante as amostragens noturnas. Uma espécie arbustiva da família Fabaceae “fecha” os folíolos durante a noite, possivelmente pela diferença da temperatura, trata-se de espécie diferente da famosa dormideira (Mimosa pudica L.) pois esta é uma erva, já a planta encontrada na Clareira apresenta hábito arbustivo podendo alcançar 2 metros de altura.

A identificação sem flores ou frutos da família requer coleta e visitas aos herbários, o que não foi possível para este estudo. Foram georreferenciados oito espécimes de árvores com DAP entre 20 a 70 cm, o que caracteriza estes exemplares como árvores grandes. Há muitos indivíduos pelo fragmento, todavia, não houve esforço amostral de fitossociologia para o estudo.

Já que o objetivo é simples e direto, voltado a indicação de espécies com potencial para atrair a avifauna e que sejam interessantes para reflorestamento. Outro fator relevante é que seguimos uma pequena trilha demarcada pelo proprietário, para minimizar possíveis impactos ambientais, assim não foram realizadas investidas em outras direções, somente quando reconhecidas as passagens de fauna.

Pindaíba Preta

Begônia

Brinco de princesa

Bromélia

Callinadra

Espiga de Dragão

Lista 1
Espécies vegetais encontradas na área da propriedade Clareira Cabanas,
ordenada por Família, Espécie, Nome popular, Status de Conservação
(Endêmica; Ameaçadas: VU - vulnerável, EN - Em Perigo; Exótica).

Família

Espécie

Popular

Status

Annonaceae

Guatteria australis A.St.-Hil.

pindaíba-preta

ENDÊMICA

Araliaceae

Didymopanax calvus (Cham.) Decne. & Planch.

mandioqueira

Araucariaceae

Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze

pinheiro-brasileiro

ENDÊMICA

Bignoniaceae

Jacaranda micrantha Cham.

caroba

ENDÊMICA

Dennstaedtiaceae

Pteridium aquilinum (L.) Kuhn

samambaia-das-taperas

EXÓTICA

Euphorbiaceae

Croton urucurana Baill.

urucurana

Pera glabrata (Schott) Baill.

pimenteira

Sapium glandulosum (L.) Morong

pau-de-leite

Fabaceae

Dalbergia sp.

jacarandá

Inga sessilis (Vell.) Mart.

ingá-ferradura

ENDÊMICA

Lauraceae

Indeterminada 1

canela

Nectandra oppositifolia Nees & Mart.

canela-ferrugem

Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer

canela-sassafrás

EN ENDÊMICA

Melastomataceae

Miconia cinerascens Miq.

jacatirão

Miconia sellowiana Naudin

pixirica

ENDÊMICA

Miconia sp.

pixiriquinha

Meliaceae

Cabralea canjerana (Vell.) Mart.

manacá-da-serra

ENDÊMICA

Pleroma sellowianum (Cham.) P.J.F.Guim. & Michelang.

canjarana

Cedrela fissilis Vell.

cedro-rosa

VU

Moraceae

Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al.

cincho

Myrtaceae

Campomanesia sp.

murta

Eugenia uniflora L.

pitanga

Myrcia splendens (Sw.) DC.

guamirim-da-folha-fina

Onagraceae

Fuchsia sp.

brinco-de-princesa

Phyllanthaceae

Hieronyma alchorneoides Allemão

licurana

Piperaceae

Piper sp.

pimenta-de-macaco

Poaceae

Chusquea sp.

carafá

Podocarpaceae

Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl.

pinheiro-bravo

ENDÊMICA

Primulaceae

Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. ex Roem. & Schult.

capororoca

Myrsine umbellata Mart.

capororoca

Proteaceae

Roupala montana Aubl.

carne-de-vaca

Rubiaceae

Palicourea sessilis (Vell.) C.M.Taylor

quina-mole

Zanthoxylum rhoifolium Lam.

mamica-de-porca

Sapindaceae

Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl.

murta-vermelha

Siparunaceae

Siparuna guianensis Aubl.

limão-bravo

Winteraceae

Drimys brasiliensis Miers

casca-d'anta

Algo intrigante foi observado durante as amostragens noturnas. Uma espécie arbustiva da família Fabaceae “fecha” os folíolos durante a noite, possivelmente pela diferença da temperatura, trata-se de espécie diferente da famosa dormideira (Mimosa pudica L.) pois esta é uma erva, já a planta encontrada na Clareira apresenta hábito arbustivo podendo alcançar 2 metros de altura.

A identificação sem flores ou frutos da família requer coleta e visitas aos herbários, o que não foi possível para este estudo. Foram georreferenciados oito espécimes de árvores com DAP entre 20 a 70 cm, o que caracteriza estes exemplares como árvores grandes. Há muitos indivíduos pelo fragmento, todavia, não houve esforço amostral de fitossociologia para o estudo.

Já que o objetivo é simples e direto, voltado a indicação de espécies com potencial para atrair a avifauna e que sejam interessantes para reflorestamento. Outro fator relevante é que seguimos uma pequena trilha demarcada pelo proprietário, para minimizar possíveis impactos ambientais, assim não foram realizadas investidas em outras direções, somente quando reconhecidas as passagens de fauna.

Pindaíba Preta

Begônia

Brinco de princesa

Bromélia

Callinadra

Espiga de Dragão

Avifauna

Avifauna

Avifauna

Saíra-lagarta (Tangara desmaresti) visitando uma mamica-de-porca (Zanthoxylum rhoifolium).

Escutar Cantos

Até o momento foram encontradas 75 espécies de aves na propriedade Clareira, distribuídas em 34 famílias (Lista 2). Estes dados mostram que a riqueza da propriedade é elevada, já que representa 27% das espécies de aves registradas no município (Wikiaves, 2022). Este percentual pode ser ainda maior, pois houve somente cinco dias de amostragem, sendo dois durante o verão e três no outono, período onde já não é percebido tantas vocalizações e de acordo Sick (1988) os levantamentos da avifauna em áreas florestais chegam a atingir 90% da amostragem somente através do reconhecimento dos cantos e chamados, justamente pela visibilidade limitada devido a floresta densa.


De acordo com Pacheco (2021) 10 dessas espécies são endêmicas do Brasil. Dado atrativo para o desenvolvimento do turismo de birdwatching, afinal, pessoas do mundo inteiro buscam justamente espécies que foram encontradas no local.


Dentre as espécies que chama a atenção dos observadores de aves, vale destacar os três representantes da família Trochilidae que são beija-flor-rubi (Heliodoxa rubricauda), estrelinha ametista (Calliphlox amethystina) e beija-flor-de-papo-branco (Leucochloris albicollis). Há também um jovem gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) ativo na área, das seis visitas três foi possível observá-lo e três escutamos os chamados ecoando no bairro da Terra Fria. O encontro com uma espécie dessa é o sonho do público que observa aves (birders).


Outros rapinantes que merecem destaque são dois representantes da família Falconidae, acauã (Herpetotheres cachinnans) e falcão-relógio (Micrastur semitorquatus), ambos ocorrem em todo Brasil e apesar do acauã ser relativamente comum é adorado pelos observadores, a espécie é representada por 6.036 fotos no site Wikiaves (junho, 2022).

Já o falcão-relógio é tido como um fantasma, apesar de ter quase 60 cm é difícil de ser observado, mas relativamente fácil de reconhecer o canto, na plataforma do wikiaves, consta 1.291 fotos e somente 785 gravações.


Estes rapinantes merecem atenção especial nos projetos de educação ambiental, pois no entorno da Clareira da Vila há muitas propriedades rurais com criação de galinhas e infelizmente, ainda há a “cultura” de matar os predadores naturais. Reportar aos vizinhos a necessidade de amparar essas espécies é crucial para a manutenção do ecossistema.


Além disso, os rapinantes noturnos também merecem programas de educação ambiental, já que são associados na região com “azar e mortes”.


Desmistificar a existência das corujas é urgente para o município de Gonçalves (MG) e essas ações precisam ocorrer para o gonçalvense, não somente aos turistas. Afinal, ter uma suindara (Tyto furcata) por perto resulta em controle de outros animais indesejados pelas pessoas (como ratos), mas que também contribuem para o equilíbrio ecológico. O pinto-do-mato (Cryptopezus nattereri) e pi-puí (Synallaxis cinerascens) são passarinhos presentes nas listas dos observadores que buscam fotos das espécies.


No wikiaves há apenas 570 fotos do pinto-do-mato e 1.206 do pi-puí, devido a “baixa” representatividade e falta de consciência entre os fotógrafos, muitos abusam da técnica do playback (atrair aves pela reprodução do canto). Assim, recomenda-se a capacitação dos guias que poderão frequentar o local futuramente, com intuito de promover as boas práticas durante o birdwatching.

Abre asa de cabeça cinza

Beija Flor Rubi

Arapaçu escamoso

Bico chato de orelha preta

Borboletinha do mato

Canelerio preto

Choca da mata - Fêmea

Carcará

Carrapateiro

Choca da mata - Macho

Chupa dentro

Coleirinho

Filipe

Gavião de sobre branco

Gavião pega macaco

Limpa folha de testa baia

Piolhino

Patinho

Pula pula assobiador

Tangará

Saíra lagarta

Tiê de topete

Trepadorzinho

Beija flor de papo branco

Escute a natureza, ela está chamando…

Venha para clareira e desconecte.

Escute a natureza, ela está chamando…

Venha para clareira e desconecte.

Escute a natureza, ela está chamando…

Venha para clareira e desconecte.